O intenso e contínuo uso dos ambientes digitais pelos cidadãos tem provocado mudanças centrais nas dinâmicas comportamentais da sociedade.
Em especial nos últimos anos, a circulação de discurso de ódio e de violações dos direitos humanos têm crescido e assumido variados formatos que desafiam os atuais modelos de controle desse fenômeno.
O combate à violação dos direitos humanos e propagação do discurso de ódio nas redes passa pelo entendimento do modo como as mídias sociais são usadas e atuam na garantia de direitos e identificação das violações em redes digitais, bem como pelo estudo e desenvolvimento de métodos e técnicas que permitam constante monitoramento das dinâmicas dessas violações.
A ideia é colaborar para a criação de ambientes digitais de socialização melhores e mais saudáveis.
(ilustração: Amine Barbuda)
Polarização e desigualdades informativas
Vivemos importantes mudanças comunicacionais que impactam de forma decisiva no fazer político.
Desinformação, polarização, bolhas informativas são apenas alguns dos termos que passaram a ser correntes no debate público e muitas vezes relacionados a fatos políticos como eleições, manifestações ou ataques digitais.
Isso acontece ao mesmo tempo em que há uma escassez de dados sobre as realidades comunicativas, seja no âmbito nacional, quando consideramos o Brasil e suas diferenças regionais, ou no âmbito internacional, quando observamos as desigualdades latino-americanas, entre continentes e assim por diante. Neste contexto, produzir dados sobre as nossas realidades torna-se ainda mais essencial.
A ideia aqui é ampliar e aprofundar os conhecimentos sobre a relação entre o novo ecossistema de comunicação e a democracia a partir de diferentes realidades sociais, regionais e culturais.
(ilustração: Túlio Carapiá/ Ag. A TARDE)
FAKE NEWS E FONTES DE INFORMAÇÃO
O processo de desinformação envolve uma miríade de atores – de cidadãos comuns a representantes políticos – e de comportamentos – de um simples reencaminhamento de mensagem a operações coordenadas bastante complexas.
Nessa interação multifacetada, as estratégias tecnológicas têm, certamente, um papel central. Elas muitas vezes passam despercebidas e acabam sendo vistas como naturais, neutras, parte constituinte do mundo digital, mas na verdade trata-se de escolhas estrategicamente orientadas.
Portanto, olhar o que está por trás das cortinas é não apenas uma forma de fazer um diagnóstico preciso da circulação informativa hoje, como também de formular alternativas para ela. Entender o fenômeno das fake news, desde a sua concepção, produção, circulação e consequência, passa pela compreensão do modo como a invisibilização tecnológica afeta a circulação informativa.
(ilustração: Túlio Carapiá/ Ag. A TARDE)
Educação midiática e democrática
Há muito tempo uma linha de educação voltada para a compreensão do sistema midiático é apontada como algo importante. No cenário atual isso se torna ainda mais importante.
Com mudanças constantes e desafios que não param de se multiplicar, as mídias têm impactado cada vez mais a vida e as decisões dos cidadãos.
Neste sentido, incluir a compreensão sobre como as mídias funcionam, como elas podem ser usadas e quais riscos oferecem em plataformas educacionais parece essencial, inclusive como forma de combate à desinformação.