Nos últimos anos, o ambiente digital tornou-se um espaço de intensa interatividade e troca de informações, e por isso também uma arena onde ideologias nocivas, como o racismo, se manifestam de múltiplas formas. Reconhecendo essa problemática, o Aláfia Lab – que realiza o Observatório do Racismo nas Redes – , em parceria com o Laboratório de Humanidades Digitais da Universidade Federal da Bahia (LABHDUFBA), produziu este relatório com o intuito de contribuir para o debate sobre como o racismo e suas nuances se expressam em plataformas digitais de mídias sociais no Brasil
Concentramos a análise do fenômeno do racismo em dois contextos distintos com o intuito de compreender melhor esses padrões e estratégias discursivas nas plataformas digitais. No primeiro, observamos a ocorrência de manifestações racistas no Instagram, plataforma que permite uma ampla visibilidade das postagens e comentários acessíveis a qualquer usuário que navegue por ela de modo instantâneo.
No segundo contexto, analisamos as manifestações em chats do Telegram, um aplicativo de mensagens instantâneas, de API aberta, que se destaca pela ênfase em segurança e privacidade. O Telegram permite a criação de grupos de até 200 mil membros e canais que podem transmitir informações para um público ilimitado. Tanto os grupos quanto os canais podem ser públicos ou privados. A política de moderação do Telegram prevê bloqueios de grupos e canais que violam seus Termos de Serviço, incluindo incitação à violência, compartilhamento de materiais de abuso infantil e comércio de produtos ilegais.